quarta-feira, 11 de março de 2009

Dois professores




Em tempos de mares revoltos
Sossego o facho e estico a crina
Com mesmo dedilhado devo subir
Aquela escala ou uma colina?

Em tempos de mares calmos
Escolho a corda e o repertório
Solto o ar e devagar inicio
Um farfalhar quase histórico

Falo de uma correlação
Um mi com lá, um ré sol fá
Relaxa aqui, sem dispersão
Dobra a perna e solta o maxilar

Em tempos de mares vis
Aprumo a lombar, cheiro alecrim
Corto o mato do meu jardim
Flores belas, tudo que sempre quis

Existe som no fim do túnel?
Cabo da tormenta a navegar
Um labirinto de desafios
Dá a mão pra eu atravessar

O amor as vezes é invisível
Ou seria mesmo inaudível
O grito imenso que vem
Um ressoar contido de silêncio zen

Em tempos de mares azuis
Velejo firme, bem à beça
Mantenho tesa a esperança
Arco violinístico da promessa