quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Finda

Finda é a aurora de um dia mal nascido
qual o berço de ouro de um bezerro louco
que faz levantar a manhã de um sono agitado
num mar de espinhos profundo e tosco

talvez o sol possa se afastar até morrer
no infinito silente de um vazio calcário
morrer, sim, mas com tranquilidade ainda
assim, o "nada" tenha mais de um donatário

mas se recolhe a mão do ato impensado
membros trêmulos de covardia vil
um assassinato etéreo e colossal
a riscar de sangue o céu em pleno abril

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

2 de fevereiro

O doiá! Minha mãe do mar vem me abraçar!
Navego em tuas águas translúcidas, de azul cristal no sal da vida
Dádiva da fertilidade, fecunda a esperança no alimento
O peixe que virá, a festa que a ti se fará
Vinda do rio com teu nome
Seiva do sangue negro Egbá
Refresca o suor do teu povo no balanço do teu abebê
Mão na testa, ao alto e ondulando como dentro d´água
Minha dança é o movimento da tua alma líquida
Nem sereia, nem Iára, tu és a rainha do mar
E a luz do meu cantar