domingo, 15 de fevereiro de 2009

Poema pra Priscilla

Ainda que o tempo não faça atalho
Meço os milímetros e segundos cálidos
A ampulheta risonha, miro leve e ávido
- longo caminho sem trégua pra saudade.

Nem uma clareira pro sol entrar
Maçãs caem, desverdeiam no pomar
Como será o meu amor, qual o tamanho e a cor
Mensagens ao vento perdidas têm calor?

Luz é pra ver, não pra cegar
Estendo a mão, alcanço sem tocar
Confusão de cheiros e gostos em devir
Tira-me do penhasco pra eu não cair!

No espelho, quero saber qual boca será a minha
Quero te ver em mim e não morrer à míngua
Te busco de manhã e à tardinha
Meus lábios grandes, meus olhos, minha língua.

Pode alguém mergulhar nos seus olhos?
Ir fundo e querer te olhar dentro do olhar?
Meu sonho, flor do sereno, decanta
Pé no chão, com o céu na terra, levanta.